Sério, eu ainda passo muito tempo pensando sobre as marcas no meu rosto (com 15 eram espinhas, agora possíveis rugas), a cor do meu cabelo (com 15 eu fiz mechas vermelhas, e agora procuro fios brancos), preocupada com os meus peitos (com 15 eu queria que eles crescessem mais, e agora rezo para eles não caírem), e se o cara que eu gosto ainda gosta de mim.

Além disso, parece que eu ainda não tenho dinheiro o suficiente para fazer tudo o que eu quero, e trabalhar não é diferente da escola.
Seria quase como dizer que a vida não melhora, mas melhora sim.
Por exemplo, pode ser que eu não possa fazer tudo o que eu quero, mas eu posso fazer coisa para caramba. Se eu tiver vontade de comprar um bolo para comer no café da tarde? Claro!
Uma coquinha gelada a qualquer hora? Porque não?
Gastar metade do meu salário em um ingresso de um show? O que vai me impedir? (o juízo deveria)
Se eu quiser escrever um livro na pandemia que explicasse para o mundo como eu me sentia, mas em que nele eu fosse uma princesa, mesmo que nem eu mesma percebesse o quão inserida na narrativa eu estava? Bem, essa talvez não foi a minha melhor ideia, mas foi uma ideia que me abriu muitas portas. E eu ainda vou reescrever A Princesa Herdeira, vamos ter calma.
O que eu quero dizer, é que as vezes temos a ânsia de crescer porque temos a falsa sensação de que tudo vai se resolver. A falsa sensação de que vamos encontrar as respostas para perguntas bobas mas importantíssimas para a nossa alma.
A má notícia é que: não, você não vai encontrar todas as respostas. Mas você vai encontrar algumas, e algumas você vai esquecer que queria encontrar. Algumas vão se tornar irrelevantes. Novas perguntas vão surgindo, e a maior surpresa da vida é que 80% do tempo, a vida acontece no improviso.
E aí, o que vamos improvisar hoje?
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